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Cupim

Pertencem a ordem Isoptera. O cupim é pequeno, delicado, as patas minúsculas são finas, assim como as curtas antenas da cabeça grande. 
O comprimento total é no máximo 2,5 cm e às vezes menos de 5,5 mm. Alguns são claros, com a cabeça e as mandíbulas marrom-avermelhadas. Os cupins são também chamados termitas, e o seu ninho, cupinzeiro ou termiteiro. Os cupins são animais tropicais e vivem na África, Ásia, América e Austrália. Outras espécies de artrópodes também podem conviver com os cupins, por exemplo alguns pequenos besouros, miriápodes e moscas e por isso são chamados simbiontes. Como as abelhas e as formigas, o cupim é gregário. Organizou-se em uma sociedade de castas, com base na função que cada indivíduo desempenha, como buscar alimento, reprodução, botar ovos, defender o ninho, e outras.

A especialização faz os indivíduos de uma colônia possuírem diferentes formas (morfologia diferenciada, polimorfismo), devidamente adaptadas à função que irão desempenhar. Desta maneira, um indivíduo especializado desempenha apenas um tipo de tarefa, fazendo com que exista uma completa interdependência entre os indivíduos de diferentes funções para a sobrevivência da colônia. Ao contrário da rainha do formigueiro, que se acasala uma vez só, e nunca mais vê o companheiro, a rainha dos cupins vive com o rei e põe aproximadamente 84 mil ovos por dia. 
Quando nascem, os cupins já se apresentam com a mesma forma do inseto adulto e o crescimento se dá por sucessivas trocas de pele.

Exites castas não fixas e castas fixas. As castas não fixas são os estágios em desenvolvimento, ninfas, que servem como trabalhadores e, eventualmente, podem sofrer mudas para uma das castas fixas (operárias, soldados, reprodutores primários ou reprodutores secundários). 
Os membros das castas fixas não sofrem mudas adicionais. Operários e soldados podem ser vistos como imaturos ou como adultos estéreis. 
Os operários são devotados à construção do ninho, alimentação das larvas, alimentação do rei e da rainha e forrageamento de matéria vegetal.  Os soldados protegem a colônia de ataques de invasores. Suas cabeças modificadas são usadas para segurar os inimigos com as grandes mandíbulas (soldados mandibulados) ou esguichar substâncias nocivas ou pegajosas de uma glândula na frente da cabeça (soldados nasutos). 
Em algumas espécies, os soldados podem fazer as duas coisas. O rei e a rainha são a primeira casta de reprodutores da sociedade. A função da rainha é procriar. Quando inicia a postura, o abdome da rainha sofre uma hipertrofia, pois todos os ovos em desenvolvimento ficam dentro dela, aumentando de tamanho a medida que a fêmea aumenta sua capacidade de por ovos, com o passar dos meses. O abdome da fêmea pode crescer vários centímetros de comprimento, e ficar esbranquiçado. 
O macho permanece junto à fêmea, que necessita ser fecundada periodicamente e apresenta uma leve hipertrofia em seu abdome.

Os ovos têm 3mm de comprimento e ficam incubados por duas semanas sob o cuidado dos cupins-operários.
Dependendo da espécie de cupim, o casal real pode transitar livremente no ninho ou permanece confinado em uma câmara real, de onde jamais sairá. Alimentam-se de resíduos regurgitados pelos operários por duas semanas após saírem dos ovos. A outra casta de reprodutores é composta por adultos, que asseguram a continuação da espécie em caso da morte do rei ou da rainha. São os insetos de asa, também conhecidos como Siriri e Aleluia.

As duas outras castas da sociedade, os soldados e os operários, são formadas por machos e fêmeas estéreis.
No início do verão, casais de cupins jovens, sexuados, abandonam o antigo ninho para fundar novas colônias. São chamados aleluias. 
Voam e depois aos pares, no solo, escolhem um local para começar sua própria colônia.
Embora eles subam cerca de 60m no ar, não se afastam mais do que 275m do cupinzeiro.
Perdem as asas e se acasalam. A fêmea é a futura rainha, mas o seu corpo ainda é de um cupim normal. Dos ovos que porá, nascerão os operários que construirão o novo cupinzeiro. 
Eles se usam terra e detritos vegetais que grudados por uma mistura de cocô e saliva, ficam muito resistentes. A casta dos reprodutores alados é representativa dos indivíduos responsáveis pela reprodução. 
Por este motivo, esta casta é formada por indivíduos sexualmente definidos (machos e fêmeas), com o aparelho reprodutor desenvolvido. São conhecidos como siriris, siri-siris ou aleluias, que saem do ninho em um vôo de dispersão com o objetivo único de encontrar um local onde possam se reproduzir, formando outro ninho de cupins. Este fênomeno de dispersão é conhecido como revoada ou enxamagem e ocorre principalmente em épocas quentes e úmidas, normalmente no período da tarde, próximo ao anoitecer.

A cor das asas pode variar de claras e transparentes a escuras.
É através das nervuras presentes nas asas que se identificam as diferentes espécies de cupins. A coloração do corpo varia de um marrom claro ao preto, dependendo da espécie. 
Apresentam olhos compostos e algumas espécies também apresentam ocelos. A casta dos operários é composta por indivíduos responsáveis por todas as funções rotineiras da colônia, como obtenção de alimento, alimentação de indivíduos de outras castas (inclusive o rei e a rainha) construção e conservação do ninho, eliminação de indivíduos adoecidos ou mortos, cuidados com os ovos…etc.

Os operários esbranquiçados com a cabeça um pouquinho mais escura, e não tem olhos nem asas. São encontrados em grande número numa colônia. A função dos soldados é defender o cupinzeiro e os operários. 
Tem aquela mandíbula enorme, mas não conseguem mastigar – ela só serve pra luta.
Como os operários, os soldados também são cegos e sem asas.
São de corpo esbranquiçado ou amarelo clarinho e as cabeças são grandes e escuras com um par de mandíbulas grandes. Como armas, além da potente mandíbula e da cabeça dura e grande, os soldados de algumas espécies podem jogar secreções tóxicas ou muito grudentas, através da fontanela (um buraquinho na cabeça).
O formato da cabeça e das mandíbulas dos soldados pode ajudar na identificação da espécie. As armas mais evoluídas são usadas pela casta de soldados dos cupins nasute, que têm ninho nas árvores. Em vez de mandíbulas em forma de foice, possuem um bico oco através do qual soltam um jato químico ácido que se torna viscoso quando exposto ao ar e cola nos insetos invasores.

As mandíbulas dos soldados são tão grandes que precisam ser alimentados pelos operários. Porém, essas mandíbulas são muito eficientes. Algumas espécies possuem mandíbulas tão cortantes que são capazes de rasgar a cabeça de um inseto intruso, outras batem uma mandíbula na outra para fazer barulho.

O cupim representa importante papel no equilibrio biológico, pois o cupim faz a manutenção do solo fértil nas grandes florestas, na medida em que digere e transforma em material fertilizante os troncos envelhecidos, ajudando na transformação e conservação dos elementos da natureza. As colônias de cupins podem ser completamente subterrâneas, parcialmente subterrâneas se elevando acima do solo, no interior de madeira morta ou no alto de árvores vivas, dependendo da espécie.

Os cupins arborícolas são comuns no Brasil. São da espécie Nasutitermes.
Normalmente vivem perto de matas, cerrados e caatingas. Cupins arborícolas  se alimentam da madeira das árvores em que vivem, fazendo caminhos  parecidos com os caminhos dos cupins do barro. As vezes esses cupins infestam casas de madeira, e fazem um bom estrago, atacando vigas internas dos telhados e sótãos. Seus caminhos podem ser vistos pelas paredes e enfraquecem  madeira.

O controle destes cupins começa com a identificação dos ninhos e a sua retirada. As vezes os ninhos nem estão na casa, podendo estar em alguma árvore próxima. Uma barreira química também pode ser feita. A estrutura interna é comum a todos os cupinzeiros: uma câmara central serve de aposentos reais, outra é o depósito de comidas, uma terceira abriga as larvas, ligadas por corredores. Para se protejer das temperaturas altas e baixas o termiteiro é absolutamente hermético. 
Assim, se uma coluna de operários deixa o ninho à noite para buscar alimentos, a porta usada para a saída é fechada assim que eles voltam. Os cupins são um paradoxo. São fortes o suficiente para comer uma casa, mas seus corpos são macios, delicados e com tendência a desidratar. Já os soldados, que defendem a colônia, não conseguem nem se alimentar sozinhos.

A alimentação básica dos cupins é a celulose encontrada nas plantas e na madeira, papel, etc. 
Outros materiais também podem ser destruídos pelo cupim, tais como plásticos, gesso, alvenaria, mas não se alimentam desses materiais – só estão procurando celulose. Para o cupim conseguir digerir a celulose é ajudado por protozoários que vivem no seu estômago (simbiose).
Os protozoários transformam a celulose em elemento nutriente que é então absorvido pelo organismo do cupim. Os cupins da colônia que morrem são comidos pelos outros (tudo é proteina…).

Todos os reprodutores adultos (siriris ou aleluias) saem na mesma hora, na primavera e no outono. Os operários os ajudam a se movimentar por entre os túneis até as saídas. Como voam muito mal, planam por poucos metros e logo caem no chão. Após os curtos vôos, os reprodutores perdem suas asas e iniciam com seus parceiros o processo de acasalamento.
O par formado entoca-se na madeira, iniciando sua própria colônia como rei e rainha. O ciclo de vida repete-se quando a nova rainha deposita seus ovos, que serão ninfas, soldados, operários e reprodutores.

A maior parte das formas aladas irá morrer por serem atacadas por predadores (formigas, pássaros, morcegos, etc), por sofrerem com mudanças climáticas ou por não encontrarem o par ou um local seguro para fazer o ninho. 
O desenvolvimento inicial da colônia é lento. A rainha coloca poucos ovos no começo e no primeiro ano, uma colônia de cupins subterrâneos pode ter cerca de 75 indivíduos apenas, estando ainda muito frágil. A formação de uma nova colônia, através do isolamento, acontece quando uma colônia identifica uma nova fonte de alimento e uma sub-colônia é formada para explorar esta nova fonte alimentar. Se o caminho entre a colônia principal e a colônia secundária for quebrado, a população isolada pode então dar origem às formas reprodutoras, geradas através dos operários funcionais e ninfas.

Estes insetos existem em quase todo o mundo, geralmente em áreas tropicais e temperadas. Conhece-se mais de 2.200 espécies de cupins, 200 delas brasileiras. Os cupins das casas vivem na madeira e dela se alimentam. Constróem o termiteiro nos móveis e no madeiramento das construções.

Já os cupins-broca das árvores fazem o termiteiro em árvores verdes, que eles acabam por destruir.
No Brasil são comuns os cupins domésticos, enquadrados no gênero Coptotermes testaceus. Dentro das casas eles escolhem lugares úmidos ficarem. Quando saem em busca de papéis ou objetos de madeira vão através de galerias e túneis, sem serem vistos. Nota-se que eles estão atacando os móveis quando vê o pó granulado de madeira embaixo dos móveis.

Os que vivem na madeira verde são conhecidos também como brocas, porque fazem furinhos parecidos com o furo da ferramenta de marcenaria. Nesses casos torna-se necessário fazer uma descupinização, pois o cupim pode ser um inseto bastante nocivo quando a infestação é muito grande, podendo causar prejuízos a móveis e imóveis. Embora os cupins soldados sejam geralmente cegos, são muito bem equipados para trabalhar na escuridão do nínho. Têm bom olfato capacidade de sentir vibrações.

Em relação à longevidade dos cupins, o rei e a rainha podem viver até 30 anos. Durante todo o período de vida, a rainha irá colocar ovos e, para isso, necessita de acasalamento frequente do rei. A colônia como um todo, no entanto, pode viver para sempre uma vez que se o rei ou a rainha morrerem ou adoecerem, são prontamente substituídos. No centro do cupinzeiro fica a câmara real central, onde a rainha — com 15cm de comprimento e cerca de seis mil vezes mais pesada que seu companheiro ou subordinados coloca milhares de ovos por dia. Ela é auxiliada pelo companheiro e pelas operárias estéreis de um dos sexos ou de ambos. O cupinzeiro também contém depósitos e viveiros. Tudo é mantido úmido e a uma temperatura quase constante por um complexo sistema de refrigeração, constituído de uma rede de câmaras e passagens.